Conta de luz mais alta. Aluguel e condomínio reajustados. Matéria-prima para o trabalho com aumentos muito grandes. Esse é o cenário que a Luisa Amorim, dona de um salão de beleza em uma região administrativa do Distrito Federal, descreve. A microempresária conta que tudo está mais caro e que ela tem evitado repassar esses reajustes para as clientes, justamente com medo de perder mercado.
E parece que os pequenos empresários têm feito exatamente como a Luísa: absorvendo, nem que seja de maneira parcial, o aumento do custo operacional dos seus negócios, sem repassar para os clientes. Isso é o que aponta a primeira edição da Pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com o IBGE. De acordo com o levantamento, apenas 9% desses empreendedores repassaram integralmente para os seus clientes a subida dos gastos de operação das empresas; 43% deles não elevaram os preços de produtos ou serviços e 47% fizeram um repasse apenas parcial.
Giovanni Beviláqua, coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos do Sebrae Nacional, explica que esse cenário retrata uma dificuldade da economia e orienta que cada empresário faça uma análise bem detalhada do seu mercado para avaliar quais custos podem ser repassados, sem o risco de perder clientes.
Ainda de acordo com a pesquisa do Sebrae, 76% dos empresários registraram crescimento dos gastos, em um período de um mês, como aumento no preço de insumos e mercadorias, combustíveis, aluguel e energia.
A colheita de dados desta pesquisa foi realizada entre os dias 26 de agosto e 11 de setembro nos 26 estados e no Distrito Federal. Foram ouvidos 6 mil donos de pequenos negócios e a margem de erro é de 1% para cima ou para baixo.
Edição: Leila Santos/Renata Batista – agenciabrasil.ebc.com.br
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