Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil está entre os 30 países prioritários no combate à doença. O País é um dos que possuem as mais altas cargas de tuberculose e de coinfecção.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em parceria com a Faculdade Pequeno Príncipe, deu início nesta sexta-feira (17), em Curitiba, ao Primeiro Seminário de Tuberculose – Juntos Pelo Fim da Tuberculose. O evento, que acontece em dois dias, tem como objetivo sensibilizar os profissionais de saúde sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença. A ação marca também o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, 24 de março.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil está entre os 30 países prioritários no combate à doença. O País é um dos que possuem as mais altas cargas de tuberculose e de coinfecção. Em 2021, foram diagnosticados mais de 69 mil novos casos de tuberculose, com incidência de 32 a cada 100 mil habitantes.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que em 2021 o Paraná teve uma redução de 7,6% no número de novos casos registrados, na comparação com 2019. Houve 2.355 confirmações da doença em 2019 (20.6/100), com decréscimo para 2.175 novos casos em 2021 (19/100 mil habitantes).
Os óbitos, entretanto, sofreram pequena alta na comparação entre os dois períodos: foram 158 registros em 2019 e 164 em 2021 (3,7% ).
“Por conta da pandemia da Covid-19, houve uma redução no número de exames realizados, isso gerou um retrocesso mundial na situação da tuberculose. Precisamos difundir ideias, propostas e principalmente fazer com que a informação chegue à população. O Paraná disponibiliza gratuitamente métodos eficazes e medicamentos para tratamento em todas as Unidades Básicas de Saúde”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
Entre as ações da Sesa, está o fornecimento do Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB). Esse tipo de exame permite a detecção rápida da doença, auxiliando os profissionais no diagnóstico e o início do tratamento de forma mais ágil.
“É muito importante que o paciente diagnosticado seja imediatamente referenciado para obter o devido atendimento. No Paraná, temos o Tratamento Diretamente Observado (TDO), onde o paciente recebe todo o cuidado e orientações para que não pare de tomar o medicamento, pois quando administrado de forma irregular, pode desenvolver resistência, levando o tratamento a se estender por dois anos ou mais”, explicou a chefe da Divisão de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Sesa, Mara Franzoloso.
PLANO ESTADUAL – Com a meta de reduzir o coeficiente de incidência para menos de dez casos por 100 mil habitantes no Paraná e diminuir o número de óbitos por tuberculose em 95% até 2030, em 2022 a Sesa lançou o Plano Estadual Pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública – 2022-2030. Pela criação do Plano Estadual, o Ministério da Saúde selecionou o Paraná como uma das 15 melhores iniciativas do País no combate à doença.
De acordo com Francisco Beraldi de Magalhães, médico infectologista da 2ª Regional de Saúde e palestrante do evento, o processo de erradicação necessita de uma ação articulada entre vários setores da sociedade. “É fundamental lançar um olhar estratégico para o desenvolvimento de políticas públicas articuladas com os planos nacional e estadual pelo fim da tuberculose. Ambos são documentos balizadores para que ações sejam capazes de fazer a diferença na vida de cada paciente”, disse.
DOENÇA – A tuberculose acomete principalmente os pulmões e afeta grupos populacionais mais vulneráveis, biologicamente ou socialmente. O principal sintoma da doença é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que a pessoa com tosse por três semanas ou mais procure a unidade de saúde mais próxima.
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