E ENTÃO, FUTUROS NOVOS ELEITOS, SERÁ QUE O POVO MARINGAENSE, PRINCIPALMENTE OS PEQUENINOS, HUMILDES E POBRES TERÃO FUTURO COM VOCÊS?

Era a CODEMAR ( Companhia de Desenvolvimento de Maringá) que gerenciava, desde o Rio Pirapó, a água de que precisávamos para beber. Entretanto, na década de 70, durante o segundo mandato do Prefeito Dr. João Paulino Vieira Filho, ocorreu a doação de nossa água de custo baixo e sem dificuldade para obtenção para todos os bolsos de Maringá, a doação do patrimônio de todos os cidadãos para a Sanepar, sob a traiçoeira modalidade de transferência via capital aberto, sistema que vem solapando o patrimônio nacional a favor principalmente das poderosas empresas multinacionais e empobrecendo nossa pátria. Assim, não foi somente o governo do Estado que se tornou dono de nossa excelente água “municipal”, como também uma rede incontrolável de grandes acionistas do país ou internacionais.Hoje, os ” donos” de nossa antiga água municipal chegam a aproximadamente 380.000 sócios que não abrem mão dos polpudos dividendos a eles pagos periodicamente e que a todos eles garantem extraordinária lucratividade.
Não se ouvia falar antigamente em cortes de água aos moradores. Hoje, a lista mensal de cortes é imensa.Para os mais humildes, não dispor de água para as próprias necessidades fundamentais tornou- se um drama frequente.
A privatização virou moda. Até a lucrativa COPEL não escapou do desmonte paranaense. Já o avanço tentado sobre a SANEPAR não foi muito tranquilo. O governador Ratinho Jr. arriscou privatizar os sistemas de água em 16 municípios a favor das Empresas AEGEA, PORFIN E KINEA, mas ante a demissão de 8.9% dos empregados e a ação enérgica dos sindicatos dos trabalhadores, não avançou dessa vez no desmonte do Estado.
A verdade é que a maioria dos trabalhadores de Maringá, quando consegue emprego, sobrevive com o salário mínimo, paga aluguel de abrigos modestíssimos na periferia e, quando surge o alerta de possível vazamento oculto acompanhado da conta que a eles é impossível de ser paga, entram em pânico. Nem de longe imaginam que oculta nas elevadas contas está a lucratividade dos acionistas que exige pontualidade.
Não pagaram a conta? Que se corte a água e ponto final.
Por falar em concessão da água no passado, o prazo já está vencido há muito tempo, mas ficou no vazio a perspectiva de devolução ao povo maringaense de um sistema construído por ele e que lhe foi injustamente arrebatado.

É impossível a não-ocorrência de crime contra a economia popular.
No vizinho Município de Sarandi, o abastecimento da água de que o povo precisa para beber e o esgotamento sanitário é realizado por uma Autarquia do Município. A cota mínima de pagamento obrigatório pelos usuários é de R$27,00 ( vinte e sete reais).
Aqui em Maringá, a mesma cota mínima do abastecimento de água e esgotamento sanitário custa R$90,00( noventa reais). É muito grande o assalto que se pratica contra a economia popular para sustentar parasitas que se enriquecem cada vez mais à custa de um patrimônio indevidamente usurpado do povo trabalhador da Cidade-Canção.
Será que o novo Prefeito e novos Vereadores serão capazes de enfrentar a poderosa e anônima avalanche dos que se apropriaram de nosso mais precioso valor: a água que bebemos?

Professor Tadeu França
ex- vereador MDB, que votou CONTRA a usurpação da CODEMAR na década de 70.