Moradores em Situação de Rua: Reflexões do Professor Tadeu França

“As raposas têm as suas tocas, mas identificado com os moradores em situação de rua, o FILHO DO HOMEM não tem onde reclinar cabeça”.

No passado, a desmobilização das favelas em Maringá, a exemplo da favela do Mica ou a Cleópatra foi realizada à base do “chega pra lá”. O que havia era o incoerente marketing de ostentar uma cidade sem favelas.
Barracos foram ” comprados a preços simbólicos” ou simplesmente banidos da paisagem. Entretanto, os sucessores dos ex-favelados estão de volta sob o eufemismo de MORADORES EM SITUAÇÃO DE RUA.
No começo, eles eram invisíveis; hoje, eles já somam um agrupamento de aproximadamente 600 pessoas que dormem nas praças ou que se abrigam sob as marquises. Preferem as regiões centrais da cidade e são apontados como inoportunos por um sem-número de comerciantes, transeuntes ou vizinhos ocasionais.
Quando o inverno se faz rigoroso, eles
são conduzidos a abrigos pelo pessoal da Segurança.
Rua não é local de moradia digna para ninguém.
Atualmente, além dos excelentes serviços prodigalizados pelo Albergue, o Centro-Pop tem por público- alvo os moradores em situação de rua. Se enfermos, os moradores em situação de rua podem ser encaminhados ao atendimento médico pelo fone (44) 99133-7714. Já a abordagem de rua atende pelo fone: (44)-99103-5661 e está à altura para viabilizar o banho, a toalha e a roupa aos flagelados. Promove a busca familiar, enseja o encaminhamento adequado aos dependentes químicos, cria condições para a obtenção de documentos pessoais, recebe informações a respeito dos benefícios do governo, propicia duas refeições diárias, mas NÃO DISPÕE DE APOIO LOGÍSTICO PARA O PERNOITE.
A verdade é que as raízes do atendimento humanitário já estão colocadas, mas o “calcanhar de Aquiles” está no pernoite. Tive a oportunidade de enxergar morador de rua servir- se da toalha para o banho e a sequência contraditória: depois da higiene pessoal e do alimento,ter que ao final do dia, SAIR À PROCURA DO PEDAÇO DE RUA PARA DORMIR.
De mãos dadas, a sociedade organizada e os poderes municipais por serem eleitos, terão condições de assegurar o status que de fato interessa a Maringá:
UMA CIDADE SEM MORADORES EM SITUAÇÃO DE RUA.