Governadores e apoiadores pedem anistia para condenados dos ataques de 8 de janeiro, enquanto críticas à postura militar ganham destaque no discurso de líderes do evento.

Neste domingo, a Avenida Paulista, um dos principais cartões-postais de São Paulo, foi tomada por uma multidão de apoiadores de Jair Bolsonaro, que se reuniram para um ato que clamava por anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro em Brasília. A manifestação, convocada pelo ex-presidente, contou com a presença significativa de sete governadores: Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Junior (Paraná), Wilson Lima (Amazonas), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Jorginho Mello (Santa Catarina).

Estudos realizados pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Cebrap e a ONG More in Common estimaram que entre 44,9 mil e 60 mil pessoas participaram do ato, utilizando imagens aéreas capturadas por drones para validar a contagem. O momento de pico da manifestação foi registrado às 15h44.

O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do evento, aproveitou a oportunidade para criticar a falta de posicionamento dos generais do Alto Comando do Exército, em especial após a prisão do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil durante o governo Bolsonaro. Malafaia destacou a importância da liderança militar em tempos de crise política e instou os militares a se pronunciarem sobre os eventos recentes.

A manifestação não apenas refletiu o apoio contínuo a Bolsonaro, mas também evidenciou as divisões políticas no Brasil, com uma expressiva mobilização em defesa de uma agenda que busca reverter as consequências dos eventos ocorridos em janeiro.