Desafios e esperanças em um sistema que precisa de todos nós.

Hoje, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, é um dia para refletir sobre o que realmente importa: a saúde de cada um de nós, e a do nosso país. No Brasil, a realidade é complexa. Apesar dos avanços, muitos ainda enfrentam dificuldades para acessar um sistema de saúde que atenda às suas necessidades.
Imagine a Dona Maria, que vive numa pequena comunidade no sertão nordestino. Para ela, a distância até o posto de saúde mais próximo é um obstáculo enorme, e a falta de médicos especializados é uma realidade cruel. Sua situação reflete a desigualdade que marca a distribuição de profissionais de saúde no país, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. A falta de recursos no Sistema Único de Saúde (SUS) agrava ainda mais o problema, resultando em longas esperas por consultas, exames e medicamentos.
E o que dizer do Sr. João, que luta contra a diabetes há anos? Ele precisa de acompanhamento médico constante, mas a falta de investimento em prevenção e tratamento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas, torna sua jornada ainda mais difícil. Hábitos pouco saudáveis, como a má alimentação e o sedentarismo, contribuem para o aumento dessas doenças, sobrecarregando o sistema de saúde.
A saúde mental também é uma questão crucial. Muitas pessoas sofrem em silêncio, sem acesso a tratamento adequado por causa do estigma que ainda cerca as doenças mentais. A depressão, especialmente entre os idosos, é uma preocupação crescente, e a falta de serviços especializados deixa muitas famílias desamparadas.
A desigualdade social é um fator determinante na saúde da população. Quem vive em situação de pobreza e vulnerabilidade social enfrenta maiores dificuldades para acessar serviços de saúde, e consequentemente, tem maior probabilidade de adoecer.
A falta de profissionais de saúde qualificados, a cultura hospitalocêntrica que prioriza o atendimento hospitalar em detrimento da prevenção, e a falta de integração entre os diferentes níveis de atenção à saúde, são outros desafios que precisam ser enfrentados. A burocracia, a corrupção e a ineficiência na gestão do sistema também contribuem para a situação.
Mas não podemos nos deixar levar pelo pessimismo. O Dia Mundial da Saúde também é um momento de esperança. É hora de refletir sobre como podemos, cada um à sua maneira, contribuir para um sistema de saúde mais justo e eficiente. É preciso mais investimento, mais profissionais qualificados, mais atenção à prevenção e à promoção da saúde, e principalmente, mais empatia e solidariedade para com aqueles que mais precisam. A saúde é um direito de todos, e construir um sistema que garanta esse direito é responsabilidade de todos nós.
Edição: Edilson Correia