Preocupado com a saúde da população paranaense, o deputado Ney Leprevost (União), coordenador da Frente Parlamentar da Medicina, reforçou o alerta dos cientistas sobre a relação entre o frio e mortalidade por doenças cardíacas.

Segundo a Dr. Fernanda Mangione, cardiologista intervencionista da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), os casos de infarto podem aumentar em até 30%, no inverno, principalmente em pacientes que já têm cardiopatias ou que desenvolveram sequelas cardiológicas pós-Covid-19.

No Reino Unido, um grupo de pesquisadores do London School of Hygiene and Tropical Medicine descobriu que uma queda brusca na temperatura aumenta as chances um infarto. Segundo os cientistas, a relação é tão estreita que a cada grau a menos em um único dia, há um aumento de 200 casos de infarto.

No Brasil, um estudo apresentado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, entre os meses de junho e agosto, apontou que as internações nos hospitais públicos da cidade de São Paulo por insuficiência cardíaca e infarto chegam a ser 30% maiores do que na estação do verão.

Os cientistas explicam que com o ambiente externo mais gelado, há uma resposta do organismo para manter sua temperatura corporal e, para que isso ocorra, ocorre uma vasoconstrição, processo que reduz o diâmetro das artérias, causando aumento da pressão arterial.

Esse processo acontece para que haja compensação da perda de calor, no entanto, em alguns casos, esse ajuste no organismo dificulta a circulação regular do sangue, acarretando disfunções significativas do sistema cardiorrespiratório, como as arritmias.

O estreitamento dos vasos sanguíneos, ainda que pequeno, pode causar danos graves como a ruptura de placas de gordura nas artérias que irrigam o coração e o cérebro, provocando um infarto ou AVC.

“Os especialistas apontaram que manter o corpo aquecido é uma iniciativa importante na saúde do coração durante o inverno. Nos casos de pessoas hipertensas, o controle da pressão arterial precisa estar em dia, assim como os medicamentos indicados pelo médico cardiologista. Ao menor sinal de risco, procure por atendimento médico especializado”, disse Leprevost.

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