No primeiro dia de seu mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destacou a importância das relações comerciais entre seu país e o Brasil, assim como com outras nações da América Latina. Em uma coletiva, Trump expressou sua intenção de reverter o déficit comercial dos EUA com a União Europeia, cogitando a aplicação de tarifas e aumentando as exportações de energia. No entanto, não foram anunciados percentuais específicos de taxação.

Trump também manifestou sua preocupação em relação à China e aos vizinhos México e Canadá, reiterando que os países da América Latina, incluindo o Brasil, precisam mais dos Estados Unidos do que o contrário. Essa declaração surgiu em resposta a uma pergunta sobre as relações do presidente com os membros do BRICS — um bloco que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O Brasil é atualmente o presidente do BRICS e tem buscado alternativas ao dólar nas transações comerciais entre os países do grupo.

O republicano não hesitou em ameaçar impor tarifas de importação de até 100% sobre produtos dos países do BRICS caso a ideia de desdolarização das economias emergentes seja concretizada. Essa postura pode gerar tensões nas relações comerciais e políticas entre os EUA e os países membros do bloco.

Em contrapartida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que as relações entre Brasil e Estados Unidos são marcadas por uma trajetória de cooperação e respeito mútuo. O Brasil ocupa a posição de segundo maior parceiro comercial dos EUA, ficando atrás apenas da China. Essa dinâmica é crucial para ambos os países, especialmente em um cenário global onde as trocas comerciais são cada vez mais influenciadas por questões políticas e econômicas.

O BRICS tem se consolidado como uma alternativa ao domínio econômico ocidental, promovendo iniciativas que buscam maior autonomia financeira e comercial entre seus membros. A proposta de utilizar uma moeda alternativa para reduzir a dependência do dólar é um exemplo claro dessa estratégia. À medida que o bloco avança em suas discussões sobre desdolarização e cooperação econômica, as reações dos Estados Unidos sob a liderança de Trump podem moldar o futuro das relações comerciais na região e além.

Com um cenário internacional em constante mudança, tanto os EUA quanto o Brasil terão que navegar por desafios complexos para garantir que suas interações comerciais continuem a prosperar em meio a tensões políticas e econômicas globais.

Edição : Edilson Correia