Ação homenageou Daniela, vítima de feminicídio em 2023, e reforçou compromisso pelo fim da violência contra as mulheres
O Centro de Referência e Atendimento à Mulher (Cram), espaço importante da Prefeitura de Maringá para acolhimento de mulheres em situação de violência, recebeu o nome da soldado Daniela Carolina Marinelo. A iniciativa homenageou Daniela, vítima de feminicídio em 2023, e destacou a importância de políticas públicas para a eliminação da violência contra as mulheres. A cerimônia de homenagem ocorreu na tarde desta terça-feira, 26, e reuniu autoridades e familiares da vítima.
A lei que dá ao Centro de Atendimento à Mulher o nome de Daniela Marinelo foi proposta pelo Executivo e aprovada pela Câmara de Vereadores. Daniela fazia parte da corporação da Polícia Militar há nove anos e trabalhava no Batalhão de Trânsito. Ela foi vítima de feminicídio aos 36 anos, no dia 1º de setembro de 2023.
“É um momento muito triste, principalmente para os familiares, mas é uma forma das mulheres vítimas de violência e todos nós transformarmos essa dor em luta pelo fim do feminicídio e da violência. A Daniela será este símbolo, principalmente para esta casa que acolhe e atende mulheres vítimas de violência”, afirmou o prefeito Ulisses Maia.
O Cram oferece atendimento multidisciplinar, incluindo assistência social, psicológica e jurídica, para mulheres vítimas de violência. A equipe realiza encaminhamento dos casos à Delegacia da Mulher e solicita medidas protetivas. Em caso de risco, mulher e filhos são acolhidos pela Casa Abrigo Edna Rodrigues de Souza.
Luciana Marinelo, que é irmã da soldado Daniela Marinelo, participou da cerimônia. Ela destacou a importância da homenagem, mas lembrou a tristeza pela falta da irmã. “O legado dela não acabou, a história da Daniela serve de alerta para outras mulheres. Creio que a história da minha irmã vai ajudar a salvar muita gente. Precisamos fazer com que as mulheres não se calem e falem o que está acontecendo”, disse emocionada.
A secretária de Políticas Públicas para Mulheres, Terezinha Pereira, reforçou a importância de ações para o fim da violência. “Vamos seguir, a partir deste espaço que já é acolhedor e protetor, realizando este trabalho para que nunca mais seja necessário dar o nome de uma mulher a um espaço público que acolhe mulheres em situação de violência. Desejo que possamos dar o nome de mulheres para prédios públicos como escolas, teatros, rodovias e outros espaços”, disse.